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terça-feira, 15 de janeiro de 2013

O flâneur de La Habana: José Lezama Lima mostra sua cidade / Rodrigo Vasconcelos Machado







Escrever e falar de José Lezama Lima em Cuba no centenário de seu nacimento (2010) foi uma oportunidade fornecida pelo destino, que, contrariamente ao mestre que queria ir para Paris em busca de si mesmo e não podia, eu tive a felicidade de ter ido a Cuba em busca do mítico número 162 da rua Trocadero. Posso dizer que foi um privilégio para um adorador lezamiano. No entanto, já tinha adentrado antes de minha viagem na cornucópia barroca pelas páginas do magistral Paradiso. Outros cubanos também me introduziram na sua obra. Entre eles, cito o diretor Tomás Gutiérrez Alea, que descortinou em seu filme de Morango e chocolate, o famoso almoço lezamiano. Digo isto para sugerir que a atmosfera lezamiana vai além dos limites da palavra.
O escritor cubano emprega a palavra para criar a sua cidade imagética. Na obra La Habana - José Lezama Lima interpreta sua cidade, temos uma viagem poética através da cidade elegante. Os textos foram reunidos por José Prato Sorial em 1998. Segundo o organizador, Lezama Lima publicou vários textos no tradicionalista Jornal de la Marina, entre setembro de 1949 a março de 1950, por sugestão do poeta Gaston Baquero. Este estudo irá propor a investigação de alguns artigos do livro supracitado para analisar a construção poética do espaço urbano lezamiano.
A representação da cidade, do espaço urbano, em obras literárias é de longa data, como atesta, por exemplo, a Ilíada, de Homero. O cerco da cidade de Tróia é superado pela astúcia grega ao presentear um cavalo que tinha no seu bojo a vanguarda dos seus exércitos. O que temos descrito pelo narrador grego é a fortaleza das muralhas troianas, que têm que ser transpostas por uma artimanha. Entrar na cidade: eis a questão. Outros também tentaram penetrar pelos portões das cidades, como o viajante veneziano Marco Polo, personagem de Ítalo Calvino (1998) no romance As cidades invisíveis. Este narrador relata as suas viagens por cidades de todos os tipos para um curioso e melancólico imperador dos tártaros, Kublai Khan, que nunca saiu do seu império. As descrições superam o âmbito geográfico e remetem a uma abrangente simbologia. As cidades de Marco Polo não correspondem com a realidade tangível, mas sim a algo que tem como referente o real e se distancia dele para se situar no plano do imaginário. As referências urbanas de Marco Polo permitem que as cidades ganhem novas significações. O narrador de Calvino usa como estratégia textual a leveza. As palavras usadas são simples e eficientes. O leitor pode, então, transpor para o seu imaginário cidades míticas que guardam algum tipo de relação com a sua cidade. Destaco dois fragmentos da leveza urbana de Marco Polo (CALVINO, 1998, p. 85-97):

“Milhões de olhos erguem-se diante de janelas pontes alcaparras e é como se examinassem uma página em branco. Muitas são as cidades como Fílide que evitam os olhares, exceto quando pegas de surpresa.”

“Em toda a sua extensão, a cidade parece continuar a multiplicar o seu repertório de imagens: no entanto, não tem espessura, consiste somente de um lado de fora e de um avesso, como uma folha de papel, com uma figura aqui e outra ali, que não podem se separar nem se encarar.”

As cidades latino-americanas têm diferenças significativas em relação às cidades europeias. O trecho urbano incorporou os princípios de arquitetura do velho mundo, mas sua transferência para a realidade americana gerou mudanças fundamentais, posto que empregou a mão de obra local e materiais da região. No século XX, a tranquilidade urbana começou a ser substituída pelo caos devido a migrações do campo e a invenção do carro que consolidou sua posição como o principal meio de transporte. Surge uma realidade fragmentada cheia de sentidos adormecidos e latentes que podem ser despertados pela palavra poética. O olhar do poeta permite que cada elemento da paisagem urbana tenha uma nuance mágica. Uma pedra velha, um pátio em ruinas, uma fonte colonial, o croquete ao serem saboreados e contemplados pelo poeta flâneur compõe o calidoscópio da cidade. Porém, os problemas surgem e é impossível evitá-los, como nos sugere abaixo Alejo Carpentiern (1940, p. 1):

“La Habana es la ciudad de lo inacabado, de lo cojo, de lo asimétrico, de lo abandonado. Desde niños estamos habituados a tropezarnos, cada día, con solares yermos, donde se amontonan latas cada vez más seculares, desperdicios cada vez más diversos. Durante años padecimos el desierto en donde habría de alzarse el Capitolio, cubierto de ruinas evocadoras de las primeras grandes mangaderas de nuestra vida republicana. (Al menos, tenían un valor histórico.) Durante años hemos estado padeciendo aquel erial que se extendía a un costado de la Terminal, ofreciendo al viajero que llegaba de la provincia un panorama capitalino lleno de acusaciones.”

O ritmo da cidade também entra como elemento da composição das imagens. Os ruídos provenientes das personas, veículos e outros meios configuram o mundo alucinante e estilo de vida urbano. Como poeta, Lezama Lima também sabia encantar a linguagem para produzir o ritmo da escrita. Cada fragmento é uma pequena obra, um pedaço do enorme organismo chamado cidade. São fragmentos que guardam una certa independência, mas que têm entre si uma relação profunda e real. As imagens ganham através das palavras sua consistência e força. Assim, a cada nova leitura se consegue recriar o tempo, isto é, volta a ser. A marcha dos pensamentos do flâneur é organizada pela narrativa, mas sua estrutura não abandona o ritmo verbal que transmite vida ao texto. Os jogos de luzes e sombras são registrados pela maneira barroca de narrar os acontecimentos de diferentes motivações cotidianas, porém o estilo respeitará o leitor pela sua leveza. Algumas características da prosa lezamiana ajudaram a penetrar na essência do cubano, e por extensão do ibero-americano, oferecendo várias possibilidades de sentido para seus leitores. Do mesmo modo que o escritor espanhol de costumes do século XIX, Mariano José Larra, Lezama Lima se vale da sua sútil ironia como um instrumento para ferir o mais fundo possível. Por detrás da fachada de bonomia, está a máscara da dissimulação e do sarcasmo. A atitude crítica é um componente que comprova a preocupação do escritor diante das situações, mas a maneira de fazê-la não significa uma perda do sensualismo ou do humor. Ao leitor fica o convite feito pela piscadela irónica para entrar no jogo e ser cúmplice do autor e retirar as máscaras:

“Cosa rara y simpática que ofrece el perfil de nuestra ciudad: transcurre tan solo un día y sus moradores se precipitan a la alegría de sus excesos, con una temeridad en sus desembolsos rectificables muy pocos días después, cuando se haya disipada la gloria áurea de las dos primeras semanas del mes." (LEZAMA LIMA, 1991, p.37)

A curta felicidade dos habitantes dura pouco, pois o salário não alcança a totalidade do mês, isto é, cobre uma parte dos gastos, mas recebê-lo é o momento de glória. As vitrines das lojas estão com as mercadorias para que as pessoas tenham o prazer de observá-las e se talvez comprá-las. O consumo dará a nota de alegria fugaz nos atónitos compradores que se entregaram ao ritmo alegre e colorido, porque “(...) son los días de compra, en que la ciudad se transfigura en mercado, feria o fiesta en Bagdad.” (LEZAMA LIMA, 1991, p.37) Destarte, se produz uma mudança imagética em La Habana: a atmosfera reinante remete as  mil e uma noites de Bagdad, visto que as cidades se interpenetram e adquirem um novo sentido. Contudo, a magia do instante durará pouco. A realidade substitui o inverossímil e se desperta do sonho: “(...) por las solicitaciones de un revuelo sin nombre.” (LEZAMA LIMA, 1991, p.42)
Despertar para a realidade pode ser interessante ou não. A ilusão do mercado desapareceu e surge uma cidade mais verdadeira que mostra o seu lado oculto: “La ciudad se rinde, muestra los ademanes tomados más cuidadosamente de la antología del cerimonial, cuando se le dice la visita de un jardinero o alguien preocupado por su crecimiento.” (LEZAMA LIMA, 1991, p.47) Para o poeta falta alguém que cuide do desenvolvimento da cidade com carinho, isto é, que a cidade seja um “mundo de jardinero”. (LEZAMA LIMA, 1991, p.48)
A cidade também necessita ser saboreada e disfrutada. Los refrescos de sirope podem ser muito agradáveis ao paladar, mas também remetem para algo más sinistro através da imaginação lezamiana: “Pero el habanero que se encuentra en su primera madurez corre el riesgo de ver aquel elemental artefacto metamorfoseado en cuernos, pezuñas y clowns sangrientos.” (LEZAMA LIMA, 1991, p.52) O passeio do flâneur traz a luz imagens da cidade, porque o espaço da metrópoli fornece elementos para o poeta: “La ciudad muestra el orgullo de un pensamiento que se crea, que se hace creación y de un crear centradado por el gobernario del hombre.” (LEZAMA LIMA, 1991, p.157)
A individualidade que aparentemente se mostra no rosto de cada pessoa é dissolvida na multidão. Não escutamos o outro, mas o observamos e não dizemos nada. Los medios de transporte son en parte responsables por este hecho. São muitos desconhecidos que cruzam nosso caminho dentro de um lugar pequeno e que estão isolados em seus mundos privados. Durante um breve espaço de tempo a massa humana é uma única coisa e gera o enfado. A promiscuidade no ônibus lotado deixa o poeta atordoado: “Yo caí sin sentido en el no recuerdo. Me alzaba y caía dentro de la marejada del humo. Tiré de la nube o de la misma marejada. No recuerdo, me esforcé por recordarlo, lo que hice en el resto de ese día y esa noche.” (LEZAMA LIMA, 1991, p.58). A solidão na multidão ganha força e o contato corpo a corpo não restabelece a comunicação com o outro que desaparece no próximo ponto. A experiência de ser transportado no meio da massa de pessoas é muito próxima a um mergulho no inferno onde seu anfitrião o espera: “Nominar tan sólo esos transportes, más sombrios que los que iban de la Estigia a la Moira, motiva nuestros conjuros y evocaciones para alejar esos increíbles disfraces que asume el Maligno.” (LEZAMA LIMA, 1991, p.57)  O olhar do  flâneur se detêm em algumas pessoas e a veia humorística e irónica predomina nas descrições, como a de um apoplético Eolo que sopra bocadas higiénicas de pepino sobre os demais, mas seus descomedidos propósitos são cortados a tempo, já que ele chama um taxi e desceu do ônibus como um hipogrifo urbano exclamando “sol y amargura”. (LEZAMA LIMA, 1991, p.58). Podemos propor que a multidão humana provoca no flâneur medo e assombro, porque ele necessita de espaço livre para deslocar-se e não quer perder sua intimidade.  
A cidade também é o espaço de cruzamento de culturas e da criação da “expressão americana”, porque surge a transculturação. A mistura de raças e por extensão de culturas é facilitada pelo espaço urbano, mas leva a perda dos antigos costumes substituídos pela nova maneira de ser. Cito o mestre:

“Pues descubrir, arrancarle parcelas a lo desconocido, fue característica de esa raza hispánica, que para ser también modo y manera de América, empezó por fundir, por buscar a través de lo desemejante y contrario, con la ayuda de la síntesis que propiciaba el fuego impulsado por un arremolinado pathos histórico, el nuevo cuerpo. Si es posible hablar de raza americana, será porque ya venía compleja, refinada y terrible de la raza hispánica.” (LEZAMA LIMA, 1991, p.62)

A mestiçagem antropofágica encontra na trama urbana seu espaço ideal, posto que a variegada justaposição de distintas culturas produz a riqueza e a diferença do cubano e do habanero. La Habana se forma, então, com várias camadas culturais que tem sua própria maneira de ser. Segundo Lezama Lima, a cidade: “(...) tiene un ritmo de crecimiento vivo, vivaz, de relumbre presto, de respiración de ciudad no surgida en una semana de planos y ecuaciones. Tiene un destino y un ritmo.” (LEZAMA LIMA, 1991, p.61) O ritmo da cidade ditará como seus habitantes devem fazer a interação ou não. O homem ao fazer o percurso pelos seus contornos labirínticos será direcionado pela disposição de suas ruas ao encontrar seu centro, mas surgiram regiões intermediárias carregadas de mistério e solidão. Para Lezama Lima, La Habana é como uma flor que se oferece durante o dia para aqueles que a desfrutam e se fecha pela noite, às doze. Não obstante, a cidade atrai e joga com os vaga-lumes curiosos com seus crepúsculos mágicos e sua luz artificial noturna. A ronda do Malecón é uma travessia na qual a cidade se oferece em todo seu apogeu ao poeta. Os fogões na rua apresentam a Lezama Lima as delícias de seus manjares com uma copiosa entrada de “(...) sopas de ajo bien tributado, donde la tía encuentra innumerables virtudes curalotodo, pero donde el gusto quiere sólo adelantar una delicia, un pregón de triunfo para la combinatoria refinada de la sal y el aceite.” (LEZAMA LIMA, 1991, p.77)  O banquete americano está quase pronto e se enriquece de sabor com o condimento luceferino proposta pela avó: “Ese contrapunto con que se estructura a un plato y que llega a hacerse tan sabio y cabalístico, el manto de una bechamela cayendo sobre las doradillas de unas papas diminutas, parece demostrar que el Diablo también anda por los pucheros.” A figura da avó é que marca decisivamente a presença das tradições gastronómicas. Seu saber chega de várias maneiras, como no fato de contar histórias e também por seus saborosos pratos. O banquete está carregado de simbolismo, pois as tradições são incorporadas através da comida. De todas as maneiras, o saber passado pelas avós se está perdendo porque o habanero não tem mais prazer por saborear os alimentos. A vida moderna rompe a antiga tradição e as latas de conserva substituem com terríveis resultados o delicioso banquete, mas a nostalgia pelo comer bem e escutar histórias virá com mais força nos dias de inverno: “Volverá, impuesto por la frialdad de manos y piernas, a la época en que el relato de cómo se hacía un plato, alternaba con el relato de aventuras, el relato de un antiguo sucedido legendario o las excursiones persas de Marco Polo.” (LEZAMA LIMA, 1991, p.78) 
Às vezes há que sair em busca do que falta ou simplesmente sair para o universo da rua para aproveitar as delícias oferecidas a todos os sentidos pela cidade. O âmbito analógico que a imagem poética descobre se abre infinitamente a natureza a través da percepção; os sentidos se acostumam diante da surpresa. A imagem mais insólita se manifesta no fato mais corriqueiro. A rua se transforma para Lezama Lima em um ser vivo que tem seus humores e cada mistério que encerra será despertado pelo silêncio do olhar: “Pues las calles exhuman sus difraces de personas; unas son mate e inexplicables para nosotros; otras se adelantan, nos dan la mano, caminan a nuestro lado, hinchando los trojes de una bien hilada conversación.” (LEZAMA LIMA, 1991, p.81). A caminhada pelas ruas e o instante de fugazes olhares trocados. São faces que em seu conjunto são perdidas como lágrimas na chuva, porque o que permanece é uma recordação fragmentada muito frágil. Nas palavras do flâneur, a rua é uma “(...) fluencia, río que sumó lo heterogéneo para formar venas, varas lineales hasta el confín. La sucesión nos lleva al disfraz de planos cubistas, y el exceso al galope sin contrastes llega, inaceptable mundo aporético, a negar el jugo y el ser de existencia.” (LEZAMA LIMA, 1991, p.167) Os barulhos, diálogos, sons são uma presença constante interrompida por breves silêncios. Em cada esquina desponta a possibilidade da renovação do bulício citadino, posto que os silêncios são substituídos por novos “dialogantes, sofistas o atletas enfurecidos”. Desse modo, a cidade mantêm acesa a chama de sua vida interior. A melhor maneira de aproximar-se do caleidoscópio urbano é pelo ar como nos sugere Lezama Lima: “Ganemos en una mañana la perspectiva aérea de La Habana.” As ruas também estorvam aos invasores pedestres ao atrasar sua rápida marcha ao levantar seus “aguijones y sus ingenuos sistemas defensivos”.
O mercado, como a rua, é um dos espaços públicos da cidade onde são feitas as trocas comerciais, mas que fomenta a interação das pessoas. A festa persa do mercado corresponde a maneira de ser de Lezama Lima que em toda sua carreira literária e cultural, empreendida sempre desde o rigor e a entrega, se desenvolve também sob o signo do júbilo y da celebração. A riqueza verbal de Lezama Lima é alimentada pelos seus sentidos que são os descobridores que poderão reconhecer as formas apresentadas pela cidade. Outra cidade em miniatura é o circo que traz para o olhar do “cosmopolitismo de la gracia” e alimenta a imaginação lezamiana: “¿Acaso, cada uno de esos acróbatas no nos obligan a reinventarle una biografía, a completar con la sucesión aquella oscuridad con la que se presentan?” (LEZAMA LIMA, 1991, p.115)
Finalizando, podemos dizer que La Habana descrita por Lezama Lima corrobora que seu fazer poético caminhava de mãos dadas com suas eras imaginárias. Ele entra na cidade pelos seus portões fictícios e nos propõe um mundo com novas possibilidades de significação, porque a cidade se desenvolve em seus distintos espaços e fragmentos. O olhar do poeta nos revela que há algo a mais da superfície através de novos símbolos e palavras. As variadas facetas da urbe descritas durante o passeio do flâneur lezamiano comprova que La Habana é um ser vivente que exala o barroco.



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS



BENJAMIN, Walter. Charles Baudelaire – um lírico no auge do capitalismoSão Paulo: Brasiliense, 1994.
CALVINO, Italo. Las ciudades invisibles. Madrid: Siruela, 1998.
CARPENTIER, Alejo. “La Habana, ciudad sin terminar” In: Tiempo, La Habana, 10 de diciembre de 1940.
GONZÁLEZ CRUZ, Iván. Fascinación de la memoria. Textos inéditos de José Lezama LimaLa Habana: Letras Cubanas, 1993.
LEZAMA LIMA, José. La Habana. José Lezama Lima interpreta su ciudadMadrid; verbum, 1991.
__________________. A dignidade da poesia. São Paulo: Ática, 1996.
PAZ, Octavio. El arco y la lira. México/DF: Fondo de Cultura Económica, 1990












Rodrigo Vasconcelos Machado é um dos grandes valores que emergiram do cenário académico-cultural  da Belo Horizonte de fins dos anos 1990, vinculados à Faculdade de Letras da UFMG, “intercessores”, no sentido deleuziano, da revista Orobó. Ensaísta e fotógrafo, dedica-se há varios anos a pesquisar e ensinar literaturas ibero-americanas na Faculdade de Letras da UFPR. Fez mestrado em Letras na UFMG e doutorado na mesma área na USP. Machado é autor da foto acima, tirada na “Habana vieja” de Lezama.

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