Ao final da 10ª
Flip (Festa Literária de Paraty) 2012, dia 08 de julho, o poeta carioca Carlito
Azevedo dedicou um texto a Carlos Drummond de Andrade, homenageado pelo evento,
com o título de “Querido príncipe”. O trabalho foi estampado na última página
do Caderno Ilustríssima, da Folha de S. Paulo, no mesmo dia. Azevedo teria levado
o público às lágrimas, segundo o noticiário do dia sobre o evento, com a
leitura do texto, impacto decisivo para a classificação e consagração do trabalho
pelos formatadores dos fatos, jornalistas, editores. Em função do que causou ao
público, da comoção provocada, “Querido príncipe” não seria apenas uma carta a
Drummond, mas já um poema em prosa, um caso de poesia, portanto. Será que é
mesmo? Suspendendo o senso comum sobre poesia, podemos friccionar esta pergunta
em várias direções, racionalizá-la de modos diversos, sem pressa de encontrar
uma resposta.
Um primeiro modo: em direção à poesia; um segundo, em direção à cultura em geral; e um terceiro: em direção ao autor. Definir “Querido príncipe” como um caso de poesia, como um poema em prosa, é admissível, claro, mas problemático. A reação do público, qualquer público, é momentânea, ocasional, e não acompanha o produto estético, seja qual for, senão como referência distante, primária. Como tal, não deixa de ser importante – que o digam Jauss e seus sucessores na estética da recepção –, mas é sempre uma importância relativa, que não pode ser absolutizada a ponto de constituir um selo de qualidade total de uma obra de arte. Assim, lendo “Querido príncipe” na Ilustríssima - tudo muito machadiano, claro, ou brasiano -, fora da festa literária, tendemos a estranhar negativamente aquilo que, no contexto de uma homenagem, soa familiar.
Trata-se de
estranhamento produtivo, que tem a ver com um desejo de perceber o que lemos de
um modo mais sagaz, que seria aquele desejado, de alguma forma, confusamente
desejado, pelo sujeito, por aquele que subjaz à máscara autoral, o recalcado
como parte do jogo literário, do mascaramento exigido, imposto, pelo mundo
literário – o sujeito nunca mente. Assim, estranhamos, no texto de Carlito
Azevedo, a intimidade entre o eu que ali diz e o outro sobre quem esse eu diz,
entre enunciador e enunciado, a intimidade que nos faz crer numa velha amizade,
mais, num grau elevado de parentesco. À medida que estranhamos, rompemos com a
natureza familiar de que o texto se reveste, aceitamos, no mínimo, lidar com a
possibilidade de estarmos diante de algo como uma familiaridade postiça,
artificiosa, entre um eu pós-moderno, digamos, e outro moderno, aliás,
criticamente moderno.
O eu se volta
para o outro como se ambos, Carlito Azevedo e Carlos Drummond de Andrade,
compartilhassem, ou tivessem compartilhado em algum tempo, uma relação
altamente harmônica, uma mútua identificação, uma cumplicidade ética, estética,
humana. E, neste caso, o fato de se tratar de um “constructo” no plano ideal não
pode ser evocado como algo que torna o enunciado menos real; ideal e real,
evidentemente, complementam-se na dinâmica mesma da configuração do poético: o
ideal é real, para lembrar Hegel, e vice-versa, para um poeta, o que nos remete
sempre à natureza indeterminada do real. Ironicamente, o sentimentalismo,
chegando às raias do ridículo, a pieguice que desmerece o que dignifica a obra
do homenageado, é, em “Querido príncipe”, o atestado preciso do quanto o
célebre poeta carioca se difere do modernista profundamente mineiro, uma
diferença, pode-se dizer, absurda.
O
sentimentalismo, melhor, o derramamento, constitui uma espécie de
reconhecimento, por parte do eu, de que, na contramão de Rimbaud, não é
realmente o outro. E gostaria de sê-lo?, eis a questão. Depende, como tudo na
cena cultural brasileira dos anos 1990 para cá, depende do que o sujeito
“ganha” com isso, já que sua ação se define objetivamente como interessada, como uma ação no mundo das trocas simbólicas
– trata-se do campo das artes -, mas nem por isso menos materiais. Naquela
situação, numa homenagem a Drummond, sim, o eu gostaria de ser o outro visado, mas
no espaço literário em geral, configurado em termos sociohistóricos, não, claro
que não. Carlito Azevedo está vinculado a um sério processo de negação do poeta
mineiro, de tudo aquilo que esse poeta representa de mais autêntico, um
processo que poderíamos entender como sendo de desdrummondianização da poesia
brasileira.
O que Drummond
representa de mais autêntico é, sem dúvida, a politização, sem precedentes, da
poesia local, no sentido de investi-la insistentemente da perturbação, como diz
Jacques Rancière no seu Políticas da
escrita, do corpo social. É o poeta de um permanente dissenso, que não pode
ser atribuído apenas à parte literária nem ao todo cultural, mas a uma
dramática relação entre a parte e o todo, entre literatura e cultura. A
compreensão astuciosa, por parte de toda uma geração – que tem em Carlito
Azevedo o seu legítimo representante – disto que é Drummond impulsionou, sem
dúvida, o processo de desdrumondianização nos anos 1990, quando Drummond –
morto realmente em 1987 – já tinha morrido potencialmente no âmbito da poesia
nos anos 1960, quando passa a ser mais uma referência de cronista, “mestre de
coisas”, na expressão de Haroldo de Campos em Metalinguagem e outras metas, no sentido também de generalidades,
não mestre de texto rigorosamente, de poesia autônoma, intransitiva.
Com a ausência
física de Drummond, de uma personalidade literária assustadora, como o texto de
Carlito, aliás, informa, João Cabral passa a ser a referência maior de poesia
no país, o exemplo de poeta a ser seguido, reverenciado, imitado. No país quer
dizer, óbvio, no eixo Rio-São Paulo e suas extensões culturais, Belo Horizonte,
Curitiba, Porto Alegre, onde fervilha com mais vigor a indústria cultural. As
coletâneas que Carlito Azevedo publicou nessa década – Collapsus linguae, As
banhistas e Sob a noite física –
são exemplos notáveis desse processo de cabralização da poesia brasileira, uma
cabralização diferente – reacionária, pode-se dizer – daquela que encontramos
arraigada no projeto da poesia concreta, num Augusto de Campos, especialmente,
bem como num Sebastião Uchoa Leite ou num Armando Freitas Filho. Nestes, Cabral
é referência de materialização, de plasticidade, de mundo das coisas, ao passo
que, para a geração de Carlito, Cabral é referência de desmaterialização, de
racionalização, de mundo das ideias – e, pior, fixas.
A cabralização
da poesia brasileira por Carlito Azevedo e sua geração – grande parte dos
poetas publicados pela Sete/7 Letras, pela revista Inimigo Rumor e pela Coleção
Ás de Colete da CosacNayfi, em edições bem cuidadas pelo excelente editor de
poesia que é o próprio Azevedo – nos anos 1990 logrou “destruir” com mais
perspicácia a referência drummondiana, que atualizava a referência
baudelairiana, fundante da lírica moderna em sua vertente francesa. Pode-se
falar, certamente, numa espécie de “destruktion”, no sentido heideggeriano, de
uma destruição da natureza metafísica, marcada pelos universais, que
perseverava na poética drummondiana como um todo, como princípio criativo – o
homem, a verdade, o sentimento. Dessa destruição, surgiu a poesia objetiva,
asséptica, dos anos 1990, que nos
apresenta um poeta cordial, disposto a “negociar” o que deseja dizer, conforme
o viu Heloísa Buarque Hollanda na sua antologia Esses poetas. Como se destrói a referência drummondiana, afinal?, é
a questão que não pode permanecer ignorada, que precisa ser pensada
suficientemente.
Esta pode ser
uma via de pensamento. Vejamos: “Querido príncipe” não é rigorosamente um poema
em prosa, na esteira da tradição simbolista, que constitui uma radicalização de
preceitos da poesia moderna, não da prosa. O poema em prosa tende a um “dehors”, a um fora, da literatura, para lembrar o
instigante La pensée du dehors de Michel
Foucault sobre Maurice Blanchot, a um movimento de supressão da literatura com
a literatura, de tal forma a expor a “língua vernacular”, como queria o Conde
de Lautréamont, conforme sublinhou de modo preciso Kristin Ross na sua reflexão
sobre o campo social na obra rimbaudiana em The
emergence of social space. No texto de Carlito Azevedo, o movimento é
justamente oposto, em direção ao lado de dentro da literatura, movimento que em
si mesmo constitui postulação de que há um lugar exclusivo da literatura, lá
onde leitores e autores – que também são leitores; tudo se reduziria ao mundo
da leitura – confundem-se, irmanam-se, harmonizam-se.
“Querido
príncipe” não é um poema em prosa, mas quer ser; é, na verdade, uma carta, um
enunciado relacional, transitivo, mas não quer ser só isso, uma carta. A
dinâmica do ser/não ser, que pode até ser tomada apressadamente como coisa
drummondiana, a hesitação entre dois estados formais antagônicos, indica,
suficientemente, um processo de racionalização que desdiz, por si só, a
aparência de naturalidade de que o texto está revestido. O que lemos em
“Querido príncipe” é racionalizado, mas não racionalizado como tudo que deriva
do pólo “sentimental” conceituado por Friedrich Schiller; é uma outra
racionalização, mais complexa, tropical. “Querido príncipe” parece, sobretudo,
um discurso verdadeiro, uma declaração de amor de um discípulo a seu mestre, e,
por isso mesmo, logra embaralhar os dados da verdade, enredando-nos nas aporias
da própria verdade.
Enquanto
discurso verdadeiro, “Querido príncipe” teria Drummond como objeto direto,
exclusivo, seria um dizer sobre Drummond e para Drummond, mas o fato é que, já
a partir do título, é um texto que se coloca sob o signo do desvio. Como no
famigerado conto de E. A. Poe, “The purloined letter”, que Jacques Lacan prefere
perceber como a “carta extraviada” no seu “Seminário sobre a carta roubada” – a
“carta extraviada” é aquela que se perdeu num percurso –, o problema de
“Querido príncipe” é pertinente a seu objeto, diz respeito ao que realmente
está sendo visado pelo sujeito. E este é o primeiro a declarar que o objeto não
é Drummond: “Mas não, não é um poema para lembrar de você. Aí está você, aqui
estou eu.” De fato, há ali um sujeito em função de um processo de verdade, tal
como propõe Alain Badiou no seu Para uma
nova teoria do sujeito, um processo de verdade que induz o surgimento do
sujeito.
Se nada é
espontâneo, natural, no texto de Carlito, a questão decisiva em relação a
“Querido príncipe” é sobre a natureza da verdade, de que verdade, afinal,
trata-se ali, em que verdade o sujeito se revela imbricado. Pode-se dizer, nos
limites da simples razão, que se trata de uma verdade perversa, que não se
inscreve exatamente no horizonte da “poiesis”, da criação, mas sim no horizonte
da “paideia”, da cultura, com suas implicações historiais. Uma verdade perversa
se constrói sutilmente, nas entrelinhas, sem sobressaltos, diluindo
animosidades perigosas, aproximando referenciais incompossíveis, pertencentes a
mundos diferentes, de forma a configurar uma imagem leibniziana, dir-se-ia, do
melhor dos mundos possíveis, onde tudo aquilo que expressa a barbárie das
relações – aspecto que atravessa a obra drummondiana – é estrategicamente
suprimido para que triunfe o “documento de cultura”, para lembrar Walter
Benjamin.
A metáfora da
lebre e da serpente nos permite objetivar a perversidade da verdade que anima o
sujeito em “Querido príncipe”, uma metáfora confusamente preciosista em cujas
malhas Drummond se suspende, apaga-se, enquanto o eu, em contrapartida,
revela-se numa profunda inconsequência, típica de um tempo que se quer
pós-histórico. “Às vezes sua ausência é tão grande por aqui que agarro a ela
como uma lebre a uma serpente”, é como se abre um texto sobre um poeta
humanista por excelência, desviando-se em direção ao não-humano, preenchendo,
desta forma, a ausência do humano com a presença do não-humano, que, como tal, sustenta a intenção autoral de
encaminhar sua ação comunicativa no nível do jogo, do lúdico, numa espécie de
exercício carroliano, no limite do nonsense.
“Querido
príncipe” prossegue cultivando arbitrariamente
sua metáfora de uma relação esdrúxula: “Está vendo como, tão
inutilmente, tão amargamente, a lebre, escama a escama, pensa que vai se
agarrando à serpente, virando serpente, proferindo oráculos?”. Não, não se pode
falar aqui de uma sintonia do outro – Drummond – com o eu – Carlito –, de uma
interação harmônica entre as duas partes num mesmo processo de construção de
sentido. Perguntar se o outro está vendo é já acusar uma dissonância entre eu e
outro em relação ao visível, ao que se dá a ver; e o eu aqui, movido por um
desejo perverso de verdade, deseja dissipar essa dissonância, de tal forma que
uma identidade se denuncie entre ambos – Carlito e Drummond: dois poetas que
compartilham uma idêntica percepção de mundo.
O motivo básico
pelo qual podemos dizer que não compartilham revela-se aqui a contento: Carlito
subordina sua percepção àquela percepção estabelecida no acervo literário
ocidental, ao passo que Drummond é um caso de subversão permanente dessa percepção
literária em prol de uma percepção própria, individual, fonte decisiva do seu
“gauchismo”. Em Drummond, a poesia não se alimenta de literatura, de valores
estéticos consagrados na esfera literária, simplesmente porque a poesia – mesmo
no seu instante mais formalista, no Claro
enigma – é uma questão de vida (e morte) antes de ser uma questão de
linguagem. Para Drummond – que é um caso de política, não de lógica, ao
contrário de um Ludwig Wittgenstein, filósofo que passou a ser apreciado nos
anos 1990 no Brasil em função de um influxo de poetas estadunidenses que
passaram a ter audiência no país, como Robert Creeley e Michael Palmer –, a linguagem poética não é jogo, que se monta e
desmonta, tampouco jogo no sentido de evento em que se disputa algo. Para
Carlito, em consonância com o Cabral mais radical, de livros como A educação pela pedra, poetar é jogar.
Ao sabor amargo
da metáfora de uma relação verossímil apenas num estetizado mundo animal,
“Querido príncipe” perde Drummond para que Carlito Azevedo possa ganhar, como
vemos: “Anoitece e a serpente diz que a lebre nem chegou perto de alcançá-la, e
apenas sonha em sua vermelha toca subtropical, ardendo em febre. A serpente não
sente a pelúcia e a ferrugem das patas tateando já seu código genético, suas
ondulações, o bater do seu coração. Antes isso do que confessar ao atirador de
elite que você foi o homem da minha vida, príncipe”. Dizer, neste ponto, que assim
se confirma que o objeto do texto é o próprio sujeito, Carlito Azevedo, e não
Drummond, não é tão importante quanto tentar pensar como, afinal, dá-se essa
confirmação. A metáfora é fabular, consiste numa narrativa, e tem, como não
poderia deixar de ser, sua moral.
A fábula – é
isso – entra no texto como forma de mistificar a própria vida contemporânea,
que se define pela impossibilidade do afeto, pela repressão da interioridade
dos sujeitos. A fábula tem, na economia de “Querido príncipe”, uma ascendência
sobre o que se dá na vida, na experiência nua e crua de viver em sociedade,
como se um mundo – dos bichos – pudesse resolver outro mundo – dos homens. O
desfecho da fábula revela mais do que a inconsequência do jogo, da disputa,
entre a lebre e a serpente; revela o contentamento do sujeito de não precisar
confessar, a quem o ameaça, o que sente por outro sujeito. Nesse contentamento
se exprime a vitória do sujeito – Carlito Azevedo – sobre seu objeto –
Drummond, o poeta que postulou a vida sem mistificações e confessou
insistentemente seus sentimentos. Ao se mostrar aliviado por não ter que confessar
o que sente, o sujeito confessa justamente o que o diferencia do seu objeto – a
perversidade.
Se tudo tende à
sutileza em “Querido príncipe”, não seria demais pensar que é sutil, antes de
mais nada, uma frustração do desejo de Carlito Azevedo de fundir sujeito e
objeto ali, reduzi-los a uma mesma identidade – eu-outro. A fábula, tratada
pelo viés do jogo, da disputa, revela que um é diferente de outro, que lebre é
diferente de serpente, e mais: que essa diferença é inalienável, que a
identidade do outro não é manipulável pelo eu, mesmo numa situação de
intimidade entre ambos. Talvez esse dado, essa impossibilidade de submissão do
outro ao programa de sentido de um eu, possa ser tomado como o limite da
virtualização, uma barreira a impedir o movimento de desatualização que visa,
afinal, a relativização da verdade: a lebre – Drummond – continua atual como
ela mesma, ou seja, como dimensão incompossível com seu oposto – a serpente. A
lebre – que seria afim da serpente, segundo o sujeito – não alcança a serpente
porque pertencem a mundos diferentes, incompossíveis, o de Drummond e o de
Carlito.
Esta compreensão
nos permite dizer que, ao contrário do que “Querido príncipe” pensa, a obra
drummondiana não se caracteriza pela supressão do conflito, mesmo quando este
parece inevitável, mesmo quando parece que um “comerá” o outro. Ao desejar a
compossibilidade dos incompossíveis – a lebre se relacionando com a serpente –,
Carlito Azevedo logra apenas justificar a ideia de Drummond como príncipe, que
estrutura o texto. Príncipe porque age prudentemente com vistas a atingir seus
objetivos, no sentido maquiavélico, portanto. Príncipe porque se distingue dos
demais poetas, porque tem título de nobreza, no sentido, então, de ator de um
teatro monarquista. Príncipe ainda como o mais importante dos poetas
brasileiros, uma honraria dos tempos parnasianos – Olavo Bilac foi príncipe.
Mas não é assim mesmo que se complica decisivamente o objeto desse discurso que
se quer verdadeiro? Quem está em questão?
Se o conflito
perpassa, indiscutivelmente, a obra do poeta mineiro – a relação conflituosa
com Minas Gerais, com o tempo, com a sociedade, com a família, com a vida,
consigo mesmo, com a literatura etc –, não é Drummond que está em questão no
texto-homenagem de Carlito Azevedo. “Mas não, não é um poema para lembrar de
você. Aí está você, aqui estou eu”. Realmente. É um poema – escrito na
impossibilidade de se escrever ainda um poema, e a própria nota ao texto na Ilustríssima
revela o silêncio em que o poeta carioca se encontrava havia anos –, ou uma
prosa, ou uma carta, para lembrar de si. E o modo como se processa essa
lembrança não é meramente estético, mas fundamentalmente político, baseado na
desigualdade aparentemente entre dois poetas, mas que é, na verdade, uma
desigualdade entre dois tempos: um “de partido”, de verdade, outro “de
máscara”, de encenações.
Anelito de Oliveira, ex-editor do Suplemento
Literário de Minas Gerais (1999/2003), criador e editor da revista Orobó, é Doutor em Literatura Brasileira pela
USP, Professor licenciado do Centro de Ciências Humanas da Unimontes, Pós-doutorando em Teoria Literária pelo IEL/UNICAMP. Estreou com Lama (2000), depois de colaborar com poemas e ensaios em vários periódicos durante mais de uma década, publicou Três festas A love song as Monk em 2004 e agora acaba de publicar os livros Transtorno, A ocorrência
e Mais que o fogo, primeiros volumes
da série Acontecimentos Criativos, pela qual a Orobó Edições publica toda a sua
produção poética. Blog: www.anelitodeoliveira.blogspot.com
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