La mariposa razó mis
prados de azul y amarillo por mi, y me cambié y vi plumones de clavo... leonella
en jardin de flores
tocava-lhe os pontos. o tocava cravo. e se via em
ambiências de um mal iluminado. há feridas que desatinam. há demônios que
habitam entre os livros, entre as palavras adjacentes, entre os pêlos
tamarindos, entre o pó de cocaína.
impresso no silêncio abortivo, nas anfetaminas de um anjo, em dia de
domingo impregnado de amor...
lá por onde larvas e lianas infestam os
endocarpos das nozes caídas. lá onde mastigam e masturbam as sementes, cospem
em homúnculos distraídos triturando
versos por castanhas duras, com a mandíbula. porque
em mediterrânea-britada e na anca da folha nasce o estame lenhoso. por um
orvalho de amor.
o amor não mora no cerebelo. não tem anatomia. nem
fímbrias, nem sombra das crises hipertensivas, ou nas células das verrugas
venéreas de hérnias dos fios dos
descabelos onde balaceiam folhas secas e uma caveira de olhos em ataúdes.
tinge
o sol estranhos horizontes. te amo voto objeto [em um mundo de éter puro] mas amo sua lua escura de quebra quirelas em
reflexo-claro, bengala em quarto tesouro, em vibração roxo-criativa. ignoto
silêncio e névoa pálida. uma árvore e uma orquídea
ADRIANA ZAPPAROLI (Campinas, SP, Brasil) é
escritora, poeta e tradutora. Publicou sete livros de poemas, entre os quais A
flor da abissínia (2007) e Flor de lótus
(2013), todos pela Lumme Editor. Assina
coluna na digital chilena Cinosargo e edita o blog www.zappazine.blogspot.com.br.
A imagem é do excepcional Hélio Oiticica em parceria com
Neville d´Almeida, da série “Cosmococa”.